Choque no Governo Corrinha: Prefeita de Cajazeiras exonera secretária de Saúde ligada a Zé Aldemir e Dra. Paula
No papel, o termo escolhido foi “remanejamento”. Mas nas ruas, nas esquinas, nos grupos de WhatsApp e nas rodas políticas, a palavra que ecoou foi outra: exoneração e rompimento.

Cajazeiras amanheceu nesta sexta-feira (28) com o barulho inconfundível de peças se movendo no xadrez político sertanejo. A prefeita Corrinha Delfino decidiu tocar justamente onde a maioria dos gestores evita mexer: a poderosa e sensível Secretaria Municipal de Saúde. Em um movimento calculado, milimétrico e carregado de recados silenciosos, Corrinha removeu Mychelle Nolêto do comando da pasta.
No papel, o termo escolhido foi “remanejamento”. Mas nas ruas, nas esquinas, nos grupos de WhatsApp e nas rodas políticas, a palavra que ecoou foi outra: exoneração e rompimento.
Mychelle não é um nome qualquer. Sempre foi tratada como peça-chave e figura estratégica do grupo do ex-prefeito Zé Aldemir e da deputada estadual Dra. Paula um núcleo que dominou o tabuleiro político de Cajazeiras na última década. Sua atuação na Saúde tinha peso, voz e simbolismo. Tirar Mychelle de lá não é só mexer no organograma: é alterar o centro de gravidade do poder.
Mesmo na despedida, o tom escolhido pela ex-secretária deixou rastros de interpretação:
“Hoje encerro a minha jornada com a sensação de dever cumprido… Agradeço a Deus por ter me dado força, coragem e sabedoria para transformar a saúde de Cajazeiras.”
Um texto suave, educado, aparentemente institucional mas, para quem conhece a política cajazeirense, uma frase que diz mais pelo que não diz.
Nos bastidores, a leitura é bem menos poética. A cidade que ensinou a Paraíba a ler está agora tentando decifrar o recado nas entrelinhas: Corrinha teria sinalizado aos mais próximos que pretende promover uma ampla reestruturação no primeiro e no segundo escalão até o início de 2026. Um novo desenho de governo. Um novo mapa de prioridades. E, talvez, um novo mapa de alianças.
Enquanto o governo tenta passar a imagem de que tudo não passa de ajustes administrativos, o Sertão inteiro cochicha o que o Paço Municipal evita pronunciar: a saída de Mychelle pode ser o primeiro capítulo de uma reacomodação profunda inclusive na relação da prefeita com o histórico grupo político do casal Zé Aldemir e Dra. Paula.
No silêncio das conversas restritas, o clima é de cautela. No barulho das calçadas, o clima é de rompimento. E como Cajazeiras não sabe fazer política morna, o que está por vir promete aquecer o início de 2026 como poucas vezes visto.



