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Ciro Gomes volta ao PSDB atirando: ‘Aqui não tem ladrão. E lá? Dá pra dizer isso?’

O ex-presidenciável, que nas eleições de 2022 ficou em quarto lugar, declarou que inicia agora “um recomeço de sua vida pública”.

O ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes oficializou nesta quarta-feira (22) seu retorno ao PSDB, em uma cerimônia marcada por duras críticas ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante o evento, realizado em Fortaleza, Ciro atacou tanto a gestão federal quanto a do governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), afirmando que ambas representam o “retrocesso político e moral” do país. O ex-presidenciável, que nas eleições de 2022 ficou em quarto lugar, declarou que inicia agora “um recomeço de sua vida pública”.

Ciro ironizou as alianças históricas do PT, lembrando parcerias de Lula com figuras de partidos de centro e direita. “Quando Lula se elege, pode chamar o José Alencar, do PL. Quando lançou Dilma, trouxe Michel Temer, do MDB. Agora, quando quis se reeleger, trouxe Geraldo Alckmin, fundador do PSDB. Para o PT, tudo é permitido, desde que seja conveniente”, criticou. O político cearense ainda provocou: “Aqui não tem ladrão. E lá? Dá pra dizer isso?”.

O ato de filiação contou com a presença de aliados de diversos partidos de oposição no Ceará, como o deputado André Fernandes (PL), o ex-deputado Capitão Wagner (União Brasil), o ex-prefeito Roberto Cláudio (União Brasil), além dos presidentes estaduais do Avante, Cidadania e do próprio PL. Ciro afirmou que pretende reunir forças de diferentes campos políticos para romper com a hegemonia petista no Estado. O ex-ministro também criticou o que chamou de “roubalheira generalizada” do atual governo, afirmando que o Planalto já liberou “R$ 63 bilhões em emendas para fins eleitoreiros”.

A cerimônia contou ainda com a presença marcante do ex-senador Tasso Jereissati, que foi o principal articulador da volta de Ciro ao PSDB. Tasso anunciou que o ex-ministro assumirá a presidência da legenda no Ceará e exaltou o movimento como um passo decisivo para reorganizar a oposição no Estado. “Pela primeira vez, há uma frente capaz de confrontar e vencer a hegemonia política que domina o Ceará há quase uma década”, declarou.

Durante o evento, também se filiou ao PSDB o ex-prefeito de Fortaleza José Sarto, que deixou o PDT seguindo o mesmo caminho de Ciro. A presença de ex-aliados e líderes de centro-direita reforçou a sinalização de que o político cearense deve adotar um discurso de convergência, tentando reconstruir o espaço tucano no cenário nacional. “O PSDB é o partido certo para esse novo ciclo. Um partido que dialoga, que tem centro e tolerância”, afirmou Tasso.

Ciro, que já passou por sete partidos ao longo da carreira, deixou o PDT após uma década de filiação, alegando divergências com a direção nacional e insatisfação com a aliança da sigla ao PT. Embora tenha descartado uma nova candidatura à Presidência, ele deve concentrar esforços em seu Estado natal, articulando-se para enfrentar Elmano de Freitas nas eleições de 2026. Segundo Ciro, “a luta agora é para libertar o Ceará da dependência política e da submissão ao lulismo”.

Fabio Kamoto

Especialista em Marketing Político e Digital, Publicitário, Radialista, atua desde 2006 no jornalismo político. Passou pelas pelas Rádios Progresso e Jornal AM, Sousense FM, Líder FM e Mais FM.

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