O presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, Adriano Galdino (Republicanos), falou publicamente pela primeira vez sobre o rompimento político entre o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, e a base governista do governador João Azevêdo (PSB). Em entrevista concedida à Rádio CBN nesta segunda-feira (09), o parlamentar destacou falhas do Governo na condução da formação da chapa majoritária para as eleições de 2026.
Segundo Galdino, o processo foi marcado por ausência de diálogo e de critérios claros na composição. “Tivemos diversos fatores. Falta de espaço, falta de critérios, falta de discussão mais intensa. Essa conjuntura fez com que Cícero resolvesse sair do PP para se colocar à disposição de um outro projeto político”, explicou. Para o deputado, o movimento do prefeito é legítimo e dentro das regras democráticas.
Apesar de compreender a decisão de Lucena, Adriano Galdino ressaltou que sua intenção é continuar na base aliada do governador. O presidente da Assembleia, contudo, deixou claro que deseja ter mais protagonismo na condução política. “Minha intenção é permanecer na base, mas quero ser protagonista”, resumiu. A declaração reforça que o diálogo com João Azevêdo será determinante para sua posição definitiva nos próximos meses.
Nos bastidores, Galdino já vinha manifestando insatisfação com o espaço destinado a ele e ao prefeito de João Pessoa nas articulações do grupo governista. Tanto ele quanto Cícero teriam sido preteridos nas discussões sobre o futuro da chapa majoritária de 2026, cenário que fortaleceu as críticas e acabou culminando no afastamento do prefeito.
Outro ponto de divergência diz respeito ao atual vice-governador, Lucas Ribeiro (PP). Galdino tem sinalizado reiteradamente que não pretende apoiar uma candidatura dele ao Governo, posição que contrasta com o movimento natural da base governista de fortalecer o nome de Ribeiro. Essa resistência poderá ser um dos maiores desafios para manter a unidade do grupo.
Caso Adriano Galdino opte por permanecer na base governista, terá de administrar o peso dos discursos anteriores e encontrar um caminho de conciliação dentro do bloco político. O desfecho desse processo será decisivo não apenas para seu futuro político, mas também para a formatação das alianças que definirão a disputa eleitoral na Paraíba em 2026.
